De acordo com o Instituto de Psicologia da UERJ, entre março e abril de 2020, os casos de depressão aumentaram 90,5% e quadros com queixa de ansiedade e estresse duplicaram. Nesse momento, o Setembro Amarelo torna-se extremamente necessário levantando questões sobre a saúde mental de toda população afetada de várias maneiras pela epidemia causada pelo Coronavírus.

Neste texto discutiremos sobre a importância da campanha de prevenção ao suicídio, os principais fatores responsáveis pelos casos de suicídio e depressão e a influência da pandemia na saúde mental. Por fim, mostraremos como hábitos saudáveis e o auxílio de pessoas próximas podem ser primordiais nessa situação. Confira!

A campanha do Setembro Amarelo

Esta é uma campanha de prevenção ao suicídio que se iniciou em 2015. Além de debates e palestras sobre o tema, o Setembro Amarelo marca o mês de setembro e o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro) como forma de dar maior visibilidade à causa.

A principal motivação dos casos de suicídio é a depressão

A depressão é classificada pela OMS como a segunda patologia mais incapacitante do mundo. A doença é a principal causa do suicídio. Por isso, é fundamental que familiares e amigos estejam atentos aos sintomas mais comuns. Confira alguns desses sinais de alerta:

  • Desânimo persistente, cansaço fácil;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;
  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer;
  • Pessimismo, baixa autoestima, pensamentos frequentes e desproporcionais de culpa;
  • Sensação de impotência, inutilidade e fracasso;
  • Pensamentos frequentes sobre a morte;
  • Alteração do sono:
  • Diminuição do desempenho sexual;
  • Alteração do apetite e/ou do peso
  • Irritabilidade, ansiedade e angústia

Qual é a causa da depressão?

Alguns aspectos podem ser considerados fatores causais responsáveis pelo aparecimento de quadros depressivos. Dentre eles é possível citar: um componente genético que pode determinar a suscetibilidade de um indivíduo vir a desenvolver depressão por volta de 40%; alteração nos valores dos neurotransmissores, como por exemplo, serotonina, noradrenalina e dopamina que atuam no funcionamento do cérebro regulando o humor, o apetite, o sono e a disposição; e por fim eventos vividos que podem desencadear a depressão em uma pessoa que seja mais susceptível.

Somando-se às principais causas, é possível apontar alguns fatores de risco que contribuem para o aparecimento desta doença, entre eles:

  • Histórico familiar;
  • Ansiedade e estresse crônico;
  • Outras doenças psiquiátricas;
  • Alterações hormonais;
  • Dependência de álcool e drogas ilícitas;
  • Traumas psicológicos;
  • Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras;
  • Conflitos conjugais;
  • Mudança brusca de condições financeiras e desemprego.

Saúde mental e pandemia

Durante a pandemia, a saúde mental da população sofreu vários abalos, seja pela mudança abrupta na rotina, pela insegurança, pelo medo do contágio ou do desemprego ou pelo luto. Em alguns casos várias dessas variantes estão presentes.

O artigo “Índice de pacientes com sintomas de depressão ultrapassa 90% na pandemia”, veiculado no site da Universidade Federal de Juiz de Fora, cita o estudo transversal com a população brasileira desenvolvido em conjunto pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele demonstrou que 40,4% dos participantes se sentiam frequentemente tristes ou deprimidos e 50,6% se sentiam constantemente ansiosos ou nervosos durante a pandemia.

Outro dado apresentado no texto citado, refere-se à importância de tratamento médico ou psicológico em casos de epidemias. De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Fiocruz, é estimado que valores entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia possa vir a desenvolver alterações psíquicas caso não consiga acompanhamento.

Fica clara a importância da detecção e do tratamento de possíveis transtornos mentais buscando-se o equilíbrio e a saúde global do indivíduo.

Ao se falar em tratamento, vale ressaltar o grande obstáculo enfrentado pelo paciente ao buscar atendimento com um profissional adequado que é o preconceito. Até hoje, doenças mentais carregam o estigma de inferioridade e fraqueza levando à intolerância e à hostilidade por parte da sociedade. Isso faz com que o doente e a família deixem de buscar ajuda ou neguem a doença. Esse preconceito recebe o nome de psicofobia.

Como ajudar um amigo ou parente deprimido?

O primeiro passo para ajudar alguém que está deprimido é não julgar ou menosprezar sua dor. Mesmo tendo a melhor das intenções, o modo como você lida com isso pode acabar impactando o outro de forma ainda mais negativa, gerando culpa e insegurança.

A depressão é uma doença subjetiva já que não há um exame objetivo que comprove a doença. O sofrimento individual não pode ser mensurado.

Por isso, dê apoio, acolha e oriente a pessoa a procurar tratamento profissional, sempre com muito respeito.

Homeopatia e a saúde mental

O bem-estar mental pode alterar a saúde física, da mesma forma que um desequilíbrio físico pode impactar a autoestima, gerar instabilidade emocional levando a quadros depressivos.

A homeopatia enxerga o paciente como um sistema único e não como partes fragmentadas, fazendo com que o tratamento tenha como principal objetivo o restabelecimento do equilíbrio total do organismo. Nos quadros depressivos, a homeopatia buscará entender os sintomas físicos e mentais, determinar a relação destes com eventos vividos, encontrar a origem dos desequilíbrios apresentados e conhecer o sofrimento que atinge o indivíduo.

Após uma criteriosa avaliação, o médico homeopata indicará o medicamento que mais se assemelha ao quadro sintomático do paciente. Esta substância é pensada individualmente, de acordo com as peculiaridades apresentadas por cada enfermo.